As crianças e jovens de hoje, lidam com uma grande pressão social e escolar, refugiando-se variavelmente nos videojogos e redes sociais, como constructos de uma individualidade desejada. A ficção da realidade é uma alineação do ser, impugnando a construção sócio-afetiva, como arremesso de uma mascarilha social. As brincadeiras desde tenra idade foram substituídas por smartphones e videojogos que remetem o imaginário para um paradigma ficcional. Onde fica a descoberta das sensações? O contacto com a natureza? As brincadeiras entre pares, que mais do que momentos de partilha, assumem-se como descoberta do nosso semelhante, na sinestesia e identificação de problemas e temáticas da própria idade, na resolução dos mesmos pelo espírito de camaradagem
Estou certa que a importância do pensamento positivo, não muda as realidades, mas altera contextos, ensina outros prismas da vida. Capacitar as crianças e jovens para a serenidade do pensamento é dar-lhes liberdade para crescerem sem rótulos ou protótipos. Por vezes, assistimos que a construção da identidade de uma criança, não é autentica, é uma replica das vontades e anseios dos seus progenitores. O grande desafio da humanidade, é reeducaros pais, para uma educação autêntica dos seus filhos.
Pensamento Positivo é basicamente olhar o lado bom das coisas do seu passado e presente e ao mesmo tempo ter confiança e otimismo no futuro. Parece uma tarefa tão simples, se fosse aplicada aos outros. A grande dificuldade do pensamento positivo é que é uma mudança interna. Maioritariamente, somos mais abertos na colaboração de mudanças externas.
Ensinar a aceitação da realidade, sempre pelo olhar do lado bom das coisas é ter serenidade e confiança, para encarar o futuro com otimismo. Isto é educar para a confiança, para a autoestima, para a responsabilidade social. Crianças hoje, adultos amanhã. Não podemos renegar, que ao educar crianças que vivenciem as emoções, que enfrentem os obstáculos, que delineiamalternativas, que vivam e sintam a realidade, serão certamente adultos com consciência coletiva.
Neste Natal, apraz-me desejar que a magia do Natal, traga de volta a humanidade. Que a luz que cobre as cidades, sejam luzes de esperança e que durante todo o ano, a luz não vire neblina e que exista tempo. Um tempo de parar, um tempo de nos respeitar e um tempo de nos prosperar. A magia é o alimento da alma.
Patricia Magalhães